terça-feira, 11 de agosto de 2009

"O que significa dizer que algo é formal?", Catarina Dutilh Novaes - Sexta-feira 14: Colloquium Logicae no CLE




---------- Forwarded message ----------
From: Marcelo Esteban Coniglio
Date: 2009/8/11
Subject: [seminarios-CLE] Sexta-feira 14: Colloquium Logicae no CLE
To: seminarios-CLE@yahoogroups.com


Prezados colegas,

Tenho o prazer de anunciar que nesta próxima sexta-feira 14 de agosto
às 14hs teremos uma conferência no CLE, no âmbito dos tradicionais
Colloquium Logicae:

"O que significa dizer que algo é formal?"
Catarina Dutilh Novaes
ILLC e Faculdade de Filosofia – Universidade de Amsterdam

Conto com a presença de todos; em especial, aguardo a presença dos
estudantes matriculados neste semestre nos Seminários de Programa.

Atenciosamente,

Marcelo Esteban Coniglio

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"O que significa dizer que algo é formal?"
Catarina Dutilh Novaes
ILLC e Faculdade de Filosofia – Universidade de Amsterdam

Resumo:
Dado o papel crucial ocupado pelo conceito de 'formal' no contexto de
investigações filosóficas e lógicas, seria de se esperar que este
conceito já tivesse sido objeto de extensa análise. Porém, a verdade é
que a literatura especificamente sobre este conceito é
surpreendentemente escassa, para não dizer praticamente inexistente.
Ao que me consta, o único estudo recente dedicado ao conceito de
'formal' em si é a tese de doutorado de John MacFarlane, What does it
mean to say that logic is formal? A análise de MacFarlane, contudo,
não parece ser suficientemente completa, por vãrias razões. Assim
sendo, uma investigação mais aprofundada do conceito de 'formal' se
faz necessária, e em minha palestra apresentarei os resultados obtidos
com o intuito de preencher esta importante lacuna. A abordagem será
descritiva mais do que normativa: não se trata de definir o que o
termo 'formal' deve significar quando usado, ou qual seria a (única)
correta concepção  do que é formal. Meu foco será o que diferentes
usos do termo 'formal' parecem significar, primariamente em contextos
filosóficos e lógicos. Tais usos do termo estão firmemente ancorados
em uma tradição filosófica historicamente constituída, de forma que,
para que se entenda como o termo 'formal' é usado também atualmente, é
necessário examinar seu desenvolvimento histórico no âmbito da
tradição filosófica em questão.

Atualmente, o termo 'formal' é usado em vários sentidos diferentes mas
interligados. Mais especificamente, parece haver dois principais
grupos de sentidos atribuídos ao termo, cada um deles contendo
sub-variações. Os dois sentidos principais do termo 'formal' são:
formal no que diz respeito a formas, e formal no que diz respeito a
aplicação de regras. Percebe-se que estes dois sentidos são realmente
distintos também pelos opostos de 'formal' em cada um dos casos: no
primeiro caso, o que não é  formal é em geral dito ser 'material', e
no segundo caso, o que não  é  formal é em geral dito ser 'informal'.

Nesta apresentação, distingo oito variações do conceito de 'formal',
cinco delas relativas a formas e três delas relativas a regras. No
primeiro caso, as variações emergem de aplicações da distinção
Aristotélica entre forma e matéria, a lógica e a linguagem na historia
da filosofia. No segundo caso, não  há uma história comum às três
variações como há no primeiro caso, mas mesmo assim há importantes
aspectos filosóficos a serem analisados. A importância de uma tal
classificação dos diferentes sentidos do conceito de 'formal' é a de
trazer mais claridade a discussões onde este conceito ocupa um papel
fundamental, mas onde é  frequentemente usado com sentidos diferentes,
gerando uma certa confusão conceitual. Além disso, por meio da análise
da semântica do termo 'formal', espera-se também obter um melhor
entendimento dos aspectos metafísicos da propriedade (ou propriedades)
de ser formal.




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